domingo, 13 de setembro de 2009

SUSTENTABILIDADE, UMA QUESTÃO DE SOBREVIVÊNCIA


Pneus velhos, triturados e tratados, viram caminhos no jardim.


A nossa amiga, jornalista Gabriela Angeli, do blog "agora eu já falei", escreveu uma matéria para o jornal ESTADO DO RIO DE JANEIRO sobre sustentabilidade.
Aproveitando a deixa, o assunto está cada vez mais em alta por sua importância fundamental para sobrevivência e recuperação do nosso planeta, nada de moda ou tema passageiro, o assunto é sério e pede atenção especial de cada indivíduo. É preciso olhar em volta, notar o grande mal que a humanidade andou causando à mãe natureza ao longo dos anos. Ainda ha tempo de corrigir esses erros, basta cada um de nós pensar no coletivo.
Ah, a gabi entrevistou uma certa pessoa engajada nessa luta por um céu mais limpo, por ar puro, rios limpos e flores por toda parte. Quem? Eu, ne!!!! Valeu, amiga! Estou sempre disponível para esse e outros assuntos, obrigada pela honra.

vale a pena ler... E lembrem: CHIQUE É SER CONSCIENTE.
http://www.oestadorj.com.br/?pg=noticia&id=3487&editoria=Estado



As perguntas de Gabriela Angeli para elaboração da matéria.
ENTREVISTA COMPLETA:

1) O processo de construção/decoração normal de uma casa/apartamento ajuda a poluir o ambiente? Como é possível evitar?

Na realidade a construção de uma casa da forma convencional, se realizada conforme as normas da cidade, não agridem diretamente o ambiente. O problema está no processo de fabricação dos materiais usados como cimento, que agride a natureza em todas as fases de sua fabricação, tijolos convencionais que precisam sofrer queima durante a produção, areia que assoreia os rios. O ideal seria usar tijolos ecológicos que não sofrem queima, areia artificial, já produzida no Brasil, tijolos confeccionados a partir de reciclagem de materiais como borracha de pneus, sem esquecer de substituir as lâmpadas alógenas e incandescentes por leds e fluorescentes que economizam energia.

2) O que pode ser definido como uma construção sustentável?

Quando se fala em construção sustentável é preciso saber que existe uma diferença entre construções ecológicas e ecologicamente corretas. As ecologicas não agridem a natureza desde a escolha do local até o uso dos materiais , como por exemplo no uso dos tijolo de solo cimento, que não utiliza a queima dos tijolos tradicionais. Já as ecologicamente corretas ajudam a recuperar possiveis danos que seriam causados a natureza, como usando os blocos que levam residuos industriais ou pneu moido em sua composição, nesse caso estamos dando destino útil a materiais que seriam jogados no lixo ou queimados.

3) Quais são as principais características de uma casa sustentável?

A casa sustentável precisa ter uma certa autonomia, deve ser construída em local que não precise sofrer desmatamento, ser projetada de forma a aproveitar o Maximo de recursos naturais como ventilação e luz solar, em caso de locais sem saneamento básico é fundamental canalizar o esgoto para uma fossa séptica, é preciso ainda captar a água da chuva para um reservatório, bem como a agua de torneiras, chuveiros e maquina de lavar que devem ser tratadas em uma estação de tratamento ecológica ( a venda no mercado ou construída artesanalmente com varias camadas de areia), A casa sustentável não desperdiça nada. Desde a luz solar , os ventos e a água, até os resíduos biológicos podem virar adubo para o jardim. Telhas e chapas fabricadas a partir de resisduos de alumínio das empresas de embalagens podem ser usadas em cobertas com um bom conforto térmico e as chapas podem ser usadas em fabricação de moveis, objetos de decoração e até servir para revestimento em área molhada. É importante conhecer a origem dos materiais como madeira, certificando-se que são regulamentadas.

4) É possível adaptar uma casa já construída e torná-la uma casa sustentável? De qual forma?

Sim, sem duvida! Com os exemplos na resposta anterior é simples entrar em harmonia com a natureza. Uma reforma pode viabilizar o aproveitamento das águas, melhor ventilação reduzindo o uso de ar condicionado, possibilitar mais entrada de luz solar evitando acender as luzes durante o dia, substituição das lâmpadas com alto consumo, uso de luminárias solares, que captam a luz durante o dia e transformam em energia a noite, na área externa e o instalar placas de aquecimento solar.

5) Qual é o custo de uma construção deste tipo?

Chegamos ao grande problema. O custo de uma casa ecológica é em media 30% mais alto que as tradicionais. Entendemos que o método de produção dos materiais ecológicos e ecologicamente corretos, por sofrerem varios processos em sua fabricação, em muitos casos ainda artesanal, tem um custo final elevado, o que torna um tanto difícil convencer um cliente da importância de seu uso, especialmente na fase de construção onde o investimento é sempre mais alto, porem é preciso reforçar que, embora o investimento inicial se torne maior, a curto prazo será visível a economia nas contas mensais como energia e água. Para ter uma idéia as lâmpadas LED consomem de 1W a 5w e tem a mesma potencia de uma lâmpada incandescente de 50W.

6) Quais materiais podem ser considerados ecologicamente corretos?

Todos os materiais que reaproveitam resíduos industriais, lixo e sucata em sua produção, garantindo que materiais como plásticos, metais e borrachas não sejam despejados na natureza.

7) Você acredita que meio ambiente e construção/decoração podem evoluir em conjunto?

Sim, para isso é preciso conscientizar as pessoas da importância dessa mudança de conceitos a médio e longo prazo. A médio prazo é possível notar uma economia nas despesas e a longo prazo podemos recuperar algumas riquezas naturais e evitar mais dano ainda ao nosso planeta. O primeiro passo seria pensar de onde vem os materiais que se pretende usar e para onde vão os resíduos. Na decoração achamos importante valorizar artesanato, culturas locais, trabalhos realizados por ONGs de apoio a população carente. Dizer não as grifes pode ser demais, mas mesclar o luxo com objetos de origem social faz bem a toda sociedade. Chique é não desperdiçar, é pensar no amanhã sem esquecer as pessoas hoje.